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Faltam placas no local indicando que a água está contaminada, oferecendo riscos de doença.

Vários moradores procuram a redação do Jornal Itapoá Notícias para denunciar a contaminação trazida pelo Rio Gracioso e pela Galeria próxima a Rua 1960. Ocorre que muitas residências, cujos proprietários não estão preocupados com a saúde da comunidade, estão lançando seus dejetos no Rio e nas valetas para captação das águas pluviais, fazendo com que o esgoto chegue até o mar.

É comum na Região dos Balneários Mariluz, Rio Gracioso e Palmeiras, os banhistas encontrarem dejetos sólidos boiando na água, e principalmente espuma provocada por sabão ou detergentes, indicando também o lançamento de água utilizada nas pias e máquinas de lavar, contaminando o manancial. O fato foi confirmado no último relatório da FATMA que indicou o local como impróprio para o banho.

Esgoto no mar

“Não podemos tampar o sol com a peneira dizendo que a divulgação é prejudicial para o Município. Isto é até um crime, pois nossos filhos se banham naquela região. A fiscalização deve tomar uma medida mais séria contra as pessoas que estão poluindo o Rio e a praia. Moro aqui no Bairro há seis anos e sempre presenciei o cheiro ruim e presença de dejetos, em especial com a maré baixa, onde a poluição fica mais visível. Peço a Prefeitura e aos órgãos competentes que tomem uma atitude, pois todos têm conhecimento do fato, e não podemos arcar com o risco de doenças, pois nem placas indicativas anunciando a região como imprópria para o banho foram colocadas”, declara a dona de casa Silvane de Souza.

Problema antigo

O caso é muito sério, e está ocorrendo há vários anos, sendo que em 2009, esta equipe de reportagem solicitou uma fiscalização ao então responsável pela Defesa Civil no Município Antônio Edival Pereira, onde o mesmo se prontificou em arrumar um barco junto ao Corpo de Bombeiros para subir o Rio identificando as saídas de esgoto. Tempos depois o mesmo assumiu um cargo na regional de Joinville, e ninguém mais se prontificou em resolver o problema. É comum pessoas com peles mais sensíveis reclamarem de irritações e coceiras após se banharem próximo a barra do rio e da galeria, pois dependendo do tempo ou da maré, fica difícil perceber a poluição a olho nu.

Com a aproximação da temporada, é vital que o problema seja solucionado para não trazer mais prejuízos aos moradores do local e aos turistas que ocupam aquele espaço. Segundo o relatório, todos os outros pontos do Município estão próprios para o banho, sendo este uma exceção.

Providências

O chefe de gabinete da Prefeitura Luiz Zagonel ao tomar ciência do relatório da Fatma já mobilizou a setor de Meio Ambiente para que se tome uma medida urgente, pois para ele, o fato é inadmissível.

“Vou entrar em contato ainda hoje (03), com o setor de Meio Ambiente para que sejam tomadas as devidas providências. Nossa Praia é uma das poucas da Região Sul que sempre recebeu a classificação de 100% de balneabilidade e com certeza no que depender do Poder Público continuará sem poluição”, diz Zagonel.

Até lá fica o alerta aos banhistas para que utilizem os Balneários próximos, já que todos estão descontaminados, sendo o setor 03 um caso isolado, e que pode ser reparado em um curto espaço de tempo, necessitado apenas de fiscalização na Região.

Pena

Segundo a Lei 9.433 de 1997 que passou a vigorar acrescida do Art. 50, é considerado crime, lançar efluente líquido não tratado em mananciais superficiais sem autorização da autoridade competente. Pena – reclusão, de 6 meses a 3 anos, e multa,  e se o lançamento de efluente líquido não tratado atingir mananciais a pena passa a ser 1 a 5 anos de reclusão e multa.

Impróprio:

Quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior a 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.

Segundo o médico Arthur Frazão a Escherichia Coli (E. Coli) é um grupo de bactérias que habitam normalmente no intestino humano e de alguns animais, e por isso a presença desta bactéria na água ou nos alimentos se deve à contaminação com fezes.

Alguns exemplos de doenças que podem ser causadas pela contaminação com a Escherichia Coli (E. Coli) são: Gastroenterite; Infecção urinária; Pielonefrite; Apendicite; Peritonite; Meningite e Septcemia.

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