Em todos os Estados Brasileiros existem manifestações, que em sua grande maioria pedem a renúncia a presidente Dilma, que tem seus ‘alicerces’ abalados.
Ao menos 23 Estados registram nesta quinta-feira (11) paralisações em fábricas e agências bancárias, bloqueios em estradas e manifestações de rua. Os atos fazem parte do "Dia Nacional de Lutas" e são organizados por centrais sindicais como CUT, Força Sindical, Conlutas e UGT.
Os protestos são espalhados e reúnem um número menor de pessoas do que nos atos registrados em junho pelo país.
Hoje, os atos ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Brasília, Pernambuco, Pará, Alagoas, Espírito Santo, Amazonas, Ceará, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Tocantins, Sergipe, Rondônia e Acre.
Por volta do meio-dia, ao menos 20 rodovias em dez Estados ainda permaneciam fechadas. Escolas e universidades também tiveram aulas suspensas em alguns locais.
Porto Alegre e Belo Horizonte estão entre as cidades que mais sentiram o impacto das paralisações.
Nesta quinta-feira, Porto Alegre amanheceu em clima de feriado. Entre as 8 e 9h, avenidas como a Protásio Alves e Osvaldo Aranha, geralmente congestionadas neste horário, tinham poucos carros circulando.
Muitas lojas do centro da cidade não abriram e quem precisou de transporte público só conseguiu usar táxi ou lotação.
São Paulo
Na cidade de São Paulo, os protestos fecharam avenidas importantes da cidade, como Radial Leste, Paulista, Vinte e Três de Maio, Jacú Pêssego e marginais Tietê e Pinheiros.
Na zona sul da cidade, um protesto com cerca de cinco mil trabalhadores de 35 metalúrgicas da região transformou-se em um ato contra a presidente Dilma Rousseff.
Enquanto caminhava, o grupo repetia xingamentos à presidente. "Eu quero mandar aquele recadinho de novo para nossa querida Dilma", disse o diretor José Silva, incitando os trabalhadores a cantar "1,2,3, 4,5 mil, eu quero que a Dilma vá..."
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), presidente da Força Sindical, disse que vaiconvocar os trabalhadores para uma greve geral no país.
Já na rua 25 de Março, no centro, 300 comerciários fizeram uma passeata, que, mais tarde, chegou à avenida Paulista. Lojistas fecharam o comércio por cerca de uma hora no mais importante centro do comércio popular da capital paulista. Avenidas da zona leste, como Jacú Pêssego, Celso Garcia e Radial Leste também foram paralisadas.
Paraná
]o Paraná, as manifestações são lideradas por metalúrgicos das principais fábricas do Estado, como Renault, Volvo e Volkswagen, que paralisaram suas atividades. Segundo o sindicato da categoria, cerca de 10 mil metalúrgicos aderiram ao movimento.
Praças de pedágio no interior do Estado também foram ocupadas por manifestantes.
Em Curitiba, o Hospital de Clínicas paralisou o atendimento a novos pacientes desde as 6h. Apenas urgências, emergências e pacientes que já estão internados recebem atendimento. Professores e servidores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) também cancelaram as atividades.
Motoristas e cobradores de ônibus definem às 15h se vão aderir à paralisação. Caso decidam que sim, o transporte público pode parar no final da tarde.
Desde o início da manhã, há marchas de algumas categorias em direção ao palácio do governo, no Centro Cívico. Várias ruas da região central sofrem interdições temporárias por causa das passeatas.
Texto: Folha de São Paulo, com adaptações do Urubuzão Itapoá.